terça-feira, janeiro 30, 2007

Falando de Livros.

Nesse período de férias, onde as pessoas tendem a "repousar mais (sim, poderia usar: tendem a ficar mais vagabundas e desocupadas)" eu me sinto entediada. Parece que o tempo não passa, e que se continuar sem praticar nada que coloque meu cérebro em "movimento" me tornarei mais burra e sem vontade no decorrer do ano. O sofá parece um grande atrativo toda a vez que preciso passar pela sala. E a cama então? Hummm... Com seus travesseiros macios e o edredon aconchegante! Mas eu resisto. E encontrei ontem algo que me fez abdicar das vontades "preguiçais". Nada melhor que um livro para despertar as fantasias mais secretas e a vontade por novas descobertas nesse momento tão difícil e inútil do ano. Ainda mais quando o livro traz personagens tão célebres e geniais. "Quando Nitzsche chorou" de Irvin D. Yalom é lindo. Uma maravilha ao olhos sedentos de conhecimento. Mesmo sendo um livro de ficção pode-se aprender muito com ele, ou somente passar o tempo. Viajar na história desse livro é sensacional, pois com ele vemos grandes nomes como Nitzsche e Freud de um modo totalmente diferente, e humano. Sempre que minha professora de Filosofia fazia alguma colocação sobre o "pai da psicanálise" eu o idealizava como um semi-deus, uma pessoa fora dos padrões e que dedicou toda a sua vida em nome do conhecimento. Eu não o imaginava como um alguém real, com todos os seus temores, lamentos, alegrias, enfim, com as coisas naturais na vida de qualquer um. Sei que isso soa como algo falso, ou que não tem nenhum fundamento o que eu sempre pensava. Mas eu tendia a ver assim, não conseguia formar outra imagem dele (claro, não só dele. De vários homens [e mulheres] que deixaram muito à humanidade). Outro ponto fantástico do livro é pensar que todos esses nomes se cruzaram (não que isso seja verdade, absolutamente não é) e que tiveram de algum modo uma ligação, ou até que influenciaram um no modo de viver, ver, pensar do outro. E é isso que o livro traça, que "dá a entender". Nada me influencia mais que livros e música. Me engajo tanto com um livro novo( e sinto prazer em ler) que esqueço as outras coisas e passo dias pensando nele. Fantasio, recorto momentos, busco respostas, me deixo envolver por completo. Algo bem arriscado, mas tão prazeroso. Cheguei num ponto onde eu me colocava como uma amiga íntima de várias pessoas "famosas".

E como não podia deixar de ser, primeiramente uma conversa entre Nitzsche e eu:

Eu: Po, tu precisa se tratar... passar a vida toda infermo assim não dá cara.
Nitzsche: Eu sei Thaiani, mas eu já fiz de tudo. Consultei diversos médicos e nada foi resolvido. O que me resta mesmo é o suicídio. É o melhor caminho, o mais iluminado, o mais pensado.
Eu: Não " Ni ", não pense assim. Olha, amanhã mesmo nós vamos passear pelo campo. Eu sei que tu gostas de sol, claridade... e essa época do ano não te causa tanto mal estar. Vamos aproveitar o verão!
Nitzsche: O que eu não faço das coisas que tu me pede né? Tu sempre me convence.

Agora, Freud e eu:

Freud: Diga Thai. O que te atormenta tanto?
Eu: Bah, tive um sonho essa noite...
Freud: conte-me!
Eu: Sonhei que estava numa cidade, muito bonita e que parecia o centro de "tudo". Lá nessa cidade, em meio aos grandes prédios, inúmeras pessoas me perseguiam com maletas pretas lotadas de pedras verdes. Mas o que mais me impreciona é que lembro o número exato dessas
pedras. Eram quarenta. Quarenta pedras verdes. Então, dado certos momento eu parei e gritei: "deêm-me logo o que desejam!" Então as quarenta pedras verde voaram ao meu alcance. E acordei.
Freud: Thaiani. Eu acho que tu deverias esquecer a política.
Eu: ...

Quem mais? Newton e eu:

Eu: Eu andei lendo o que tu escreveu e não sei se é bem assim não.
Newton: Explique.
Eu: Sabe, sobre essa teoria da Evolução...
Newton: Bahhh, tu tá me confundindo com aquele...
Eu: Tudo bem. Espera Newton. Calma. Posso falar? Newton?
Newton: Ahhh, vai...
Eu: Ô Newton, espera aí! Volta aqui!
...
Eu: Ele vai ver só! Eu ainda vou combater essa teoria. Ainda vou...

E... Joana d'Arc e eu:
Eu: A vida é difícil né?
Joana: Ôoo...
Eu: mas não vamos desanimar... pelo menos hoje ninguém mais é queimado em fogueiras.
Joana: É, em fogueiras não...
Eu: ...
Joana: Mas pô, eu tava lutando por algo. Eu tinha ideais!
Eu: Eu sei querida. Mas tu não devia ter se exposto tanto. Devia ter se guardado mais. Ainda mais naquela época, onde as mulheres eram tão submissas. Não deve ter sido tão fácil para os homens...
Joana: Sim, eu sei. Mas bruxa? Unica coisa que eu sabia fazer era um chá de cogumelos. Mas... bruxa??
Eu: ok, é melhor mudarmos de assunto. Tu viu o filme que está em cartaz hoje?
Joana: ?
Eu: A bruxa de Blair 2!
Joana: ¬¬

Viram? que imaginação fértil a minha. Não que esses diálogos tenham algum sentido. Os imaginei no meio do banho da tarde. E foi bem agradável tomar banho com tanta gente interessante. O Freud ainda conseguiu me ensinar como pegar o sabonete, ao cair no chão, com o dedo mindinho do pé, sem precisar se preocupar em baixar o tronco.
Esquecendo as brincadeiras e as fantasias totalmente sem sentido quero indicar o livro. Ou melhor, ler qualquer livro já é válido. Por que férias são cansativas e inúteis, mas podemos deixá-las menos entediantes. E eu continuo aqui, esperando que a vida real retorne.

3 comentários:

Fischer disse...

Poderia usar um interesting. Mas uso interestinguíssimo.
Um grande post. (Bem melhor do que aqueles meus "tomara que me comam", mas acho que esse post merece ser comparado a algo melhor...)

Também imagino (viajo, muitas vezes no banheiro em qualquer posição) diálogos, e os travo. Claro, não à voz, ou será que ninguém aqui em casa me conta disso para que continuem a invadir a privacidade dos meus pensamentos secretos? Não, acho que não saem sons de mim...
Só que nunca me imagino conversando com pessoas famosas. Sabe, elas não têm tanto relevo na minha vida. Geralmente, falo (às vezes humilho oralmente em minhas fantasias) com pessoas conhecidas.

Ah, faltou o Fischer na categoria de pessoas famosas. =]
Ou isso te incentiva a lembrar dessas coisas?

Também agora estou lendo sobre pessoas famosas. Rei Arthur (com H?), Morgana, e tais. Não sei se são pessoas famosas, ou se são mitos.
Os livros que eu lia geralmente não possuíam pessoa famosas... Talvez só a trilogia "O Tempo e o Vento", mas elas não eram o foco principal.

Ler realmente é fantástico. Depois de um tempo sem que algum me envolvesse de verdade (o último foi "Um Centauro no Jardim", eu acho), me envolvi com "As Brumas de Avalon". Como sabes...
Fico feliz de serem vários livros. Já dá vontade de conhecer mais. A melhor palavra poderia ser: desbravar!

E tu sempre na minha frente com os livros! Que coisa!
Será que há uma ordem entre nós? De alguém ser melhor?

Fischer disse...

Ah, esqueci de falar sobre seu sonho.
Não sei se, como entendi, as quaranta pedras verdes eram do sonho e a política veio do pensamento do banho. Mas foi fantástico.
Viu como também sonhas coisas boas?

Nessa semana, ao contar um sonho pra minha irmã (não dá o mesmo prazer que contar pra ti, absolutamente não) montei (para mim mesmo) uma classificação dos melhores sonhos.
Em primeiro, sonhos de vôo. Cara, sem noção voar do jeito que sonho!
Em segundo, sonhos de gincana. Sim, de completar provas, talvez pudessem se chamar sonhos de jogo. Com atividades físicas, com enigmas, vários caminhos, pistas...

Quanto ao blog:
Legal isso de dividir por ano. O meu não tem essa classificação de arquivos! (Que inveja!!)
Adoro seu blog. Quase sai um adoro você...
Mas isso está mais pra fanatismo... Cada coisa que sai... E ainda mais nos comentários, que são públicos. Vai mostrar isso a alguém? xP

Ainda do blog: Podia ter mantido um blog por mais tempo! Ter começado antes! Que qualidade! (Complemento do outro comentário.)

O seu blog não fica deformado no Internet Explorer. O Refração fica...

Ah, e olha como sou querido (e amaduuu i fofuuu). Em vez de escrever no meu, gasto todos os meus "poderes" no seu. E queria saber escrever isso melhor.
Aproveite enquanto é de graça. =]

Comento aqui enquanto eu tiver tempo.

Fischer disse...

Uau! Você terá 3 comentários num único post! Esteja certa de que todo mundo os verá. Ele será muito chamativo. (Ou alguém pode escrever nos outros também. Ou posso eu. Ou podes pagas a alguém. Quem sabe a Pâmela troque isso por uma comunidade idolatrando ela. Ou faça um "trabalhinho" para a "K"arol.)

É, é que eu não podia esquecer de uma coisa. Evite deixar só a hora nos comentários. (Tem como mudar nas definições.)

O seu tem o dia da semana no post. E isso é importante até, havia uma época em que minha produção era meio diferente às quartas-feiras, se lembra daquela época? Daqueles ânus banhados em ouro? (Cada imagem, heim... essa é quase nojenta, ou estranha, ou merecedora de um ocultamento. Mas tu só faz isso se deletar tudo... Ou vai escrever em meu nome, omitindo isso? Acho que não, né...)

Seja forte. Você e o blog. Para suportarem o que escrevo. É muito pesado. Que nem na I Want You: "xissou héééééééééveeeeeee dlum dlum dlum! dlum dlum dlum! dlum dlum dlum, d'lum, d'lum, d'lun, d'lun, delun... TUN TUN TUN!!!".

Tirível.
Mas acho que tu não deleta né?
Só mais quatro minutos aqui, ainda. Acho que não dá pra escrever muita merda. Não conseguirei estragar definitivamente, ou conseguirei. Só sei que o que não posso de jeito nenhum é deixar sem salvar...Melhor fazer isso agora.
Isso não tem limite de caracteres?

Ah, esse comentário (nem os outros) não foi fruto de uma mente vândala.
Quem sabe eu só queira te motivar a escrever no meu. Aí eu posso me sentir um pouco queriduuuu e amaduuuu
Mas é bem provável que não seja verdadeira a hipótese do "quem sabe".
Conhece isso? Hipófise? No cérebro. Lembrei dela quando escrevi "hipótese".
Bom, isso acaba.
Quase um tchau. Po, isso não é conversa!! Te liga (eu)!