sábado, novembro 28, 2009

Relacionamentos

Se eu consigo tê-los: incrível como fui capaz. Se iniciam: acabam rápido demais. Se terminam: era óbvio que não durariam muito. Se tenho dificuldade em superá-los: sou fraca. Se supero antes do esperado: sou amarga. Se desejo: sou apressada. Se não quero: sou moderna. Apenas sentir, dá?

sábado, setembro 12, 2009

Da relação entre o ato sexual e o parceiro fixo

Os homens, num ato sexual, querem logo penetrar, porque com isso, vão atingir o ápice -que é o orgasmo- com maior rapidez. Já as mulheres, pobres coitadas, não atigem o clímax somente (aliás, quase nunca é assim) com a penetração tão só e pura. É necessário todo um gingado e uma malemolência, uma preparação imensa e aquilo que todo mundo adepto do mundo carnal sabe muito bem. As mulheres também, nas primeiras relações sexuais, sentem dor sim. Isso é concreto. Algumas em maior demasia, outras em menor. Todavia, todas sente. O caso é que pode-se fazer uma ligação disso com o fato do sexo feminino ser, ainda e na sua maioria, tão desejoso por um parceiro fixo. Afinal (vejamos só) com um mesmo parceiro adquire-se consistência e maturidade sexual, a transa mantém-se estável e inicialmente, num caso onde a fêmea não possui experiência, o hábito e prática regular fazem com que ato pareça (e seja) menos doloroso e mais prazeroso. Ou seja: talvez seja esse (o querer uma consistência e uma prática inicial mais cotidiana e constante) que façam a mulher, diferente do homem, buscar um parceiro fixo.

Isso fez sentido às quatro da manhã de um sábado. Agora às dez horas já não faz mais
tanto.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Além do que se vê.

Muita gente acha feio ou mesmo indecente -que está na moda usar essa palavra- falar a respeito do que se sente por aí. E não no sentido de expor a vida pessoal, porque isso realmente não é uma atitude lá muito interessante, afinal ninguém gosta de ter suas intimidades direcionadas a um público sempre ávido por novidades (que se calientes e "moralmente incorretas": melhor). Mas sim em comentários sentimentais relacionados a si mesmo, focados na sua própria vida, no que se ser e no que se busca. Difícil definir com clareza o que desejo aqui expor sem exemplificar, todavia exemplificar é um método raso demais, usado por quem não tem clareza suficiente (o meu caso, obviamente). Então aí vai: "sinto falta de um abraço". Eis um exemplo de algo que para alguns é tomado como parte de exposição excessiva, enquanto para mim é apenas uma outra maneira de manter a coerência da minha vida, daquilo que sinto e é absolutamente normal de se sentir. Não vejo mal algum em comentar, analisar, ironizar e muitas vezes sentimentalizar aquilo que sinto em meios públicos. Erro seria tomar isso -e apenas isso- como a parte real dos fatos, sem lembrar que por trás da tela do computador há muito mais vida e graça do que se imagina.

terça-feira, julho 14, 2009

Mediano

Ultimamente ando pensando que os medianos se dão melhor. E isso no sentido de "sou feliz nessa vida, amigo. Sou feliz." O mediano não precisa se preocupar com o jeito com o qual ele faz as coisas, porque tendo sido a vida inteira mediano se acostumou com isso, então não vai piorar e melhorar parece desnecessário. Ele se alegra com o que tem e o resto é besteira.

Ando altamente sem idéias. Me salve, bom ser de férias.

domingo, maio 17, 2009

Não sou.

Não sou boa. Um dia, com um "plin!", eu descubro que não sou boa. Simples assim, não sou boa. Eu tento, eu vou atrás, eu procuro, eu penso muito e não consigo ser boa. No quê? Em qualquer coisa, em tudo. Apenas não dá, não tem como. Ser boa não é pra mim. Quando tinha dez anos achava que podia ser tudo, de bailarina dançando bonito na ponta dos pés até uma gênia que descobrisse a equação pra substituir a teoria da relatividade do Einstein. Agora tudo que eu vejo é uma garota que não é capaz de nada além de falar um pouco sobre livros e filmes.

Não sou culta. Sei muito pouco sobre música erudita e os rocks que eu escuto são, quase sempre, indicados por outras pessoas (essas sim, cultas). Vejo filmes, mas poucos e muito menos sei sobre eles. Já tentei pintar quadros, bordar panos de prato e costurar minhas próprias roupas; nada feito. Toco flauta, porém quem se importa com alguém que toca flauta?! Moda é tocar violão, isso sim. Conheço muitos autores e já li inúmeros livros, acima do que é costume se ler. Mas... vou chegar aonde contando a estória do Capitão Rodrigo ou do Raskólnikov? Talvez na discussão de boteco de toda sexta.

Não sou interessante. Tenho pensamentos iguais. Tento mudar, mas acabo ficando praticamente a mesma. Meus relacionamentos dificilmente são novos e meus amigos, com certeza, me toleram porque sei cantar algumas músicas junto com eles. Tenho receio de ações impensadas e o máximo que fiz de tolo foi acabar bêbada chorando em fins de noite e começos de manhã.

Mas eu sei jogar Banco Imobiliário, Jogo da Vida e War. No mundo das crianças talvez eu me salve. Talvez.

domingo, maio 10, 2009

Escrever.

O que eu sinto é uma inveja grande dessas pessoas que, assim bem quietas no seu canto geralmente solitário, conseguem colocar de uma forma fácil e simples as palavras bem traçadas no papel. Elas vão imaginando e elaborando e dançando -tudo junto, sem pausas- numa mesmice prática onde cada sílaba escrita sai sem dor e lamento, formando um emaranhado de coisas compreensíveis e nada anti-naturais. E eu, que de escritora só tenho uma ilusão fundinha lá na mente inquieta de gente iludida, me esforço e grito e -na maioria das vezes- sangro pra qualquer coisinha assim, de decente, pular da minha cabeça cheia de miolos vagos e dizer: "cheguei, Thai, cheguei. Você fez uma poesia, parabéns! Você elaborou mais um texto, continue assim! Continue sempre tentando, Thai, porque ou você se desprende ou desprende essa idéia boba de filósofa escritora moderna. " Só que sou teimosa, e não me deixo abater pela realidade. Eu moro é lá no universo inverso das coisas irreais.

terça-feira, março 24, 2009

Desemprego que me assola.

Estou na onda de procurar emprego. Sim, na onda porque parece que todo mundo que eu conheço anda a fazer isso também. Ou é o início da maturidade realmente existente ou é a crise dos EUA que vem afetando os lares jovens brasileiros. Mas fico com a primeira opção. O fato mais triste é que já presenciei umas cinco entrevistas e parece que sempre (sempre!) chego atrasada. Ou contrataram na semana anterior ou é para o turno da noite (o qual eu não posso) ou é para produzir sabonetes e shampoos. Juro que esperava mais para o início de um vínculo empregativo. Enfim, aceito sugestões de ganhar dinheiro sem sair de casa.

sábado, março 07, 2009

A matemática que não quero

Fato triste, mas atual, é que passei a abominar os matemáticos. Principalmente aqueles que freqüentam faculdades e fazem pesquisas. Nada pessoal, certamente. Justifico essa vontade de distância desse tipo de acadêmico com o argumento seguinte: a maioria crê que com suas contas vai mudar o mundo. Ok, minhas belezinhas ambulantes, pode parecer certo preconceito meu ou apenas uma impressão imposta pelos que já conheci, mas não deixo de achá-los (quase) todos terríveis. Passam horas trancados numa sala em frente a uma lousa rabiscando números para no final dizer: OH, veja só, provei o teorema de sei lá quem. Não nego que acho belíssima qualquer dedução lógica, com todo seu encanto e raciocínio; o problema está na questão: algo prático, que faz parte da nossa vida cotidiana, mudará com isso? Pois é, acredito fortemente que não. Alguém pode replicar que sem os cálculos e as contas muitas coisas (em vários campos) não seriam possíveis hoje. Sou de total acordo, não te engane. Todavia, infelizmente, não consigo deixar de pensar que a vida é muito mais que as palavras (e os números) de qualquer teoria.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

dos humanos

Engraçado que o pessoal dá tanto valor assim a confirmações públicas. Casamento, batizado, festinha brega de quinze anos, e por aí vai. Claro, sabemos muito bem que tem um pequeno (grande) dedo da religião metido nisso, já que a partir do século dezessete, por aí, a cristã -ao menos ela- teve que ditar algumas regras ao bom ser humano (ou a engranagem toda [social, política, econômica] não ia funcionar como o desejado). Todavia, com todos esses séculos que já se passaram parece difícil acreditar que as pessoas -nisso- pouco mudaram. A confirmação de qualquer coisa perante a sociedade precisa acontecer. E isso é o mais triste: confirma-se aos outros pra não precisar interrogar-se e afirmar-se a si mesmo (muito geralmente).