quinta-feira, agosto 30, 2007

E agora, José?

Cada dia mais e mais dúvidas aparecem em relação ao que farei no vestibular (e, lógico, na universidade). Preciso decidir se quero viver debruçada sobre uma pilha de livros (o que não seria tão ruim assim...) analisando minunciosamente a vida e a obra e os ilustres pensamentos de filósofos de eras remotas, se quero me aprofundar no patriostismo (ou falta dele) de alguns líderes , se quero ver pedaços de flechas dos índios munducurus que viviam na floresta Amazônica antes dela se chamar assim, se quero organizar -por horas intermináveis, diga-se - arquivos empoeirados e velhos de bibliotecas sem-dono, ou se não quero nada disso, me canso e vou viver entre as formas de vida mais "escrotas" (as aspas desempenham uma importante função em textos pseudo-interessantes, principalmente quando estes textos são escritos por uma 'semi-museólogahistoriadora" na Belle Époque brasileira [ironias à parte, querido leitor]. Agora, sem tempo, explicação para o uso das mesmas: escrotas no sentido de simples genéticamente[sim, e eu sou o que?]). Minha dificuldade em tomar decisões realmente não interessa a ninguém que não conjugue o verbo "conhecer" na primeira pessoa do singular com o pronome oblíquo "te" antes, mas o blog é meu e escrevo nele as besteiras existencias que bem enteder, certo? Então, se quiser desistir da leitura (cansativa, eu sei) ainda há tempo. Vamos, vá tomar um sorvete e escutar música erudita e me deixe aqui divagando sozinha.
Se já não bastasse a incessante revolta interior em ter que escolher uma única coisa para a qual me dedicarei no mínimo (inocência a minha) quatro anos, ainda surge automaticamente o "problema" do "trabalhar para viver". Sabe-se que o ócio - e isso foi um assunto constante entre os filósfos- é útil, nos faz ter tempo para pensar sobre as questões mais profundas dos assuntos mais simples. Porém, como viver no ócio nesse sistema capitalista que, para se ter uma vida no mínimo suportável, se precisa trabalhar oito horas por dia com apenas quinze minutos de intervalo para um café preto sem açúcar? Não sei se acredito na frase: "o trabalho edifica o homem". E, ao pensar nessa frase, me vem à cabeça coisas muito diferentes do que "trabalho como obrigação". Penso em trabalho como lazer, e, puxa!, seria tão bom se todos pensassem realmente assim (não, não acredite tanto nessa afirmativa). Estudar, trabalhar, participar das paranóias do mundo atual por, apenas, prazer. Eu quero viver para viver, e não para fingir que sou "feliz" (e alegre, e satisfeita, e todos esses adjetivos bonitinhos que existem por aí) com o pouco material que "conquistei". Ohh, Belle Époque da minha vida, mostre-se aqui, agora, e sempre. Me ajude a ter tempo para o ócio, e a ter uma profissão para quando cansar dele.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Medo de;

Semana passada senti medo. Medo de não conseguir mais escrever (não, não redações "de vestibular"), não saber (ou não ter a tão necessário vontade [inspiração, se diz] de) passar as soltas palavras para um lugar fora do invísvel fio de idéias intocadas. Medo de que os "momentâneos acessos" de criatividade cessacem, dando lugar a um cômodo e doce repouso. E não deve-se querer repousar, deve-se querer a agitação mais frenética dos pensamentos, as dúvidas mais corrosivas, os medos mais bloqueantes, as quimeras mais utópicas, a pureza mais infantil, a graça mais singela. Só assim as palavras surem. Só assim o ato se concretiza.
O tempo é efêmero; as atividades necessárias (nem por isso desejadas) são muitas. E assim, como encontrar uma brecha para uma caneta lasciva(do Latim " lascivu"-saltitante)e um papel em branco? A cada instante parece mais difícil escolher entre o bem concreto do presente e o bem relativo do futuro.

domingo, agosto 12, 2007

sobre estudar

Um dos assuntos mais adorados pelos vestibulandos é o tempo gasto nos estudos. Há pessoas que se vanglorizam por passarem mais de cinco horas sobre os livros, já outras acham legal demais dizer que "estudar é para os fracos". Ora, não acho que o tempo influa tanto assim na aprovação. O que dita se alguém vai entrar para uma faculdade (enfatizando as federais) é o quanto aquela pessoa sabe, e isso não é determinado somente pelas horas de estudo. Estudar excessivamente prejudica (não só os estudos...), pois deixa-se de fazer outras coisas que antes eram prioridade e assim acaba-se criando um estado de grande cansaço e tensão nervosa. Claro, ninguém passa num veetibular federal sem estudar (o mínimo que seja). Mas não adianta passar os últimos três meses antecedentes ao da prova esquecendo de viver, trancado no quarto sobre uma pilha de cadernos e livros, se não se importou com os sete/oito anos anteriores de ida à escola. O ser humano se constrói pelo conhecimento que adquire.