sábado, fevereiro 24, 2007

Assombração

Naquela noite resolveu ir dormir cedo. Não havia razão para perambular pela casa vazia como nas outras noites. Sentia que não restava muito tempo. A voz saia rouca toda vez que precisava falar. Falava tão pouco agora. Limitava-se ao silêncio. As sombras, clarões borrados do dia, pareciam fantasmas. Agiam como fantasmas. Lutar? Não, havia desistido. Para que coisa mais sofrega e dolorida do que lutar sabendo que se vai perder? Queria chorar. Ansiava por lágrimas quentes escorrendo pelo rosto, invadindo por entre os lábios. Mas o máximo que conseguia era sucumbir ao momento, entrar num estado de transe onde tudo se desintegrava. E aquela cama vazia como sua alma havia se tornado seu recinto, assim vazia, sem panos, sem cores. Fria, crua, seca como sua vida. Pela janela do quarto via toda a cidade. Não avistava as pessoas mas sabia que elas estavam lá, vivendo. Ela fingia viver. Farsante, velha, abdicava de todos os prazeres porém não deixava de deseja-los. Também não sorria mais. E os fantasmas surgiam todos os dias, destemidos adentravam no quarto, olhavam-na, pronunciavam palavras desconexas. Não se importava em vê-los. Mas fugia, aninhava-se num canto e ali ficava. Por horas. Tremendo tremendo tremendo... Sozinha.

Obs: Sim, influenciável.

sábado, fevereiro 17, 2007

Plágio.

É fácil. Entra-se no blog de outra pessoa e copia-se a idéia central e o título. De quebra ainda algum que outro exemplo. Quando a pessoa prejudicada descobre o ato, a malfeitora se gaba: "tens provas que foi tu que fizeste primeiro? não tens. Além disso, há mais comentários no meu ou no seu blog? isso mesmo, no meu... que sou uma pessoa mais famosa, tu sabe como é né?".
E assim anda a humanidade. Nem idéias criativas se pode ter mais.

Quer entender? Pois entre aqui, e observe o segundo post. (visando que não faço nada além de divulgar o outro blog =])

OBS: Quem plagiou? Ora! eu que não fui.
=]

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O menino do cinto.

O título desse post poderia ser também 'o caso do cinto'. Mas como não há nenhum mistério no ocorrido (claro, se excluirmos os que a polícia e a rede de televisão Globo inventam.)fica 'o menino' mesmo.
Um garoto, de sei lá quantos anos (seis, se minha péssima memória não falha...) morre arrastado pelo carro onde ficou preso no cinto de segurança depois do carro da família, onde estavam a mãe e a irmã, ser "assaltado", roubado. É essa a história. A qual não suporto mais ouvir. Não suporto. Tu sai na rua e vem um conhecido comentar: "nossa... como está a violência hoje em dia né? tu viu o que aconteceu com aquele guri lá no Rio de Janeiro? muito triste.". Me desculpe a família, me desculpe os amigos da família e me desculpem os emocionados de plantão mas não é triste para mim. Eu sei que deve ser penoso (risada abafada) quando acontece algo do gênero com um ente querido nosso, mas não com uma pessoa totalmente desconhecida num estado nunca visitado.
E mais! Quantas pessoas morrem por dia em crimes até mais bizarros e violentos porém não divulgados pela mídia. Quantos...(imagine as crianças que morrem de fome nos cantos desse mundo? só imagine: morrer de fome!) Mas o povo pensa assim? Claro que não. Eles preferem entrar na onda da Rede Globo e comentar o que ela comenta. São escravos da televisão, escravos da mídia. Agradeço por não ser. Agradeço por ter coisas mais interessantes a comentar. Outra coisa: do que adianta chorar por um desconhecido, comentar com todos as pessoas encontradas no caminho sobre o quao macabros eram os assaltantes e ficar só nisso? Não adianta! É necessária uma mudança nos atos depois da mudança dos pensamentos. É necessária uma atitude drástica. Porém para isso ocorrer a primeira coisa necessária é que o povo pare de comentar sobre isso. Só assim o passo inicial será dado. Parar de falar, comentar e começar a agir.
É duro pensar que isso nunca vai mudar (o modo das pessoas pensarem...). E mais duro que isso é descobrir que crimes como esse vão acontecer todos os dias. E de quem é a culpa? de todos (excluindo eu, claro... =] ). A culpa é do povo sem atitude. Pensar é muito válido. Mas certas horas isso simplesmente não basta. Como eu gostaria que a hipocrisia fosse menor, só um pouco menor...

sábado, fevereiro 03, 2007

Be-a-tles!

Em relação à música me considero uma pessoa privilegiada. Desde o primórdio do meu nascimento escutuva uma música no mínimo "qualificada" e isso graças (também) ao meu pai. Tirando as "destoantes" e gritadas sertanejas papai tem um bom gosto musical. Adora as músicas do passado (jovem guarda), como ele próprio diz, , ouve mpb algumas vezes e o que mais me orgulha: Beatles. Não que ele seja um beatlemaniaco como eu, longe disso, mas considera os garotos de Liverpool (do jeito que a mídia gosta tanto de dizer) inatingíveis. E eles são. São mais que isso até, são inabaláveis.
Várias pessoas já me fizeram a pergunta: "Por que beatlemaníaca?". Ora, porque sou fã dos Beatles, respondo eu. "Tá, mas por que justo eles, com tantas bandas novas por aí, com os vários ritmos existentes atualmente?", continuam elas. Beatles, e sempre Beatles, por vários motivos: os caras souberam, como ninguém, reunir diversos sons com uma musicalidade excelente. As vozes então! Se unem majestosamente e a entonação que um ou outro consegue realizaar na música é algo a ser analisado minuciosamente devido a grande perfeição vocal. As composições, na sua grande maioria, são simples e fantásticas. Tanto a dupla Lennon/McCartney como as poucas do Ringo continuam imbatíveis ainda hoje.
Chega agora a minha vez de perguntar: e por que não Beatles? Seria tão mágico escutar 'Ticket to Ride' nas emissoras de rádio ou 'Lucy in the Sky with Diamonds' (claro, não somente essas duas...)nas paradas de sucesso entre os clipes da Mtv. A música precisa ser revista e resgatada com urgência...
Agora, sempre que alguém faz a pergunta do porquê ouvir Beatles eu não relato os motivos. Simplesmente indico à pessoa escutar e ela mesma se auto-responter. Se ela assim mesmo não entender a adoração pelos quatro cantores é porque não há mais "salvação", seu gosto musical foi fortemente afetado por alguns sons malignos. Pois é, nem todos tiveram a sorte de serem agraciados desde crianças com bom som e agora só os resta se contentar com o "grande" acervo de "boas" bandas atuais.