quarta-feira, outubro 31, 2007

Estorinha sem propósito.

Em certa civilização consciente (e até demais, até depois do ponto) de sua importância, eis que...
"Palmas para 'A' e 'b', pessoal! Vamos, 'A' e 'b' merecem!"(frase dita pelo ser de comando). "Êêê, um viva ao 'A'! Viva! Parabéns 'A'!" (frase exclamada pelos seres de apoio). E as palmas se sucedem.

Sim. 'A' é, sem dúvida, melhor que 'b'. E, além disso, sempre sorri mais.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Tópico utópico

Eu gostaria de saber, mesmo sendo apenas esse emaranhado de moléculas facilmente substituível, por que coisas como "a formação do universo, a 'descoberta' do zero pelos Hindus, a importância do livre pensamento, as idéias de Nietzsche e a melhor forma de se acabar com o preconceito entre os seres (entre outras, claro)" não "caem" nas provas de vestibular.

É revoltante "ter" que decorar os principais países produtores de milho, responder sobre a já tão batida Revolução Francesa (que, se analisada minunciosamente, foi apenas mais um levante de insatisfeitos com o poder central e que, também, aconteceu em muitas outras nações apanas com nomes diferentes [como não poderia deixar de ser]), escrever uma redação padronizada que (quase) nada de criativo permite. Agradeço a mim mesma por gostar de aprender e ter um sistema imunológico desenvolvido, pois se assim não fosse a revolta seria infinitamente maior e a coesão textual chegaria ao zero. Não, eu não sou contra o vestibular. Sou contra sua forma de aplicação, tão somente.

O que, de alguma forma, acaba surgindo em meus pensamentos sempre que perambulo pela área da educação é: ela própria é a base. Se se desse o merecido valor ao prazer em aprender muitas coisas seriam diferentes. Inclusive as exames de vestibular. Porque, assim, a vida seria vista de outra forma. Então, com as pessoas crescendo livres de preconceitos, incentivadas no hábito de debater, com livros sobre as mesas, desapegadas à tal da "teconologia-lixo", nem universidades seriam necessárias. O mundo todo seria uma constante troca de conhecimentos.

Utopia?

domingo, outubro 28, 2007

Importante I

Começo a pensar (veja que isto pode ser uma grande descoberta para mim, apenas) que o melhor para se manter consciente e com pensamentos lógicos e coerentes é dormir um certo tempo determinado. Acostumar o organismo, digo. Claro que nenhum ser humano (nenhum que eu conheça) consegue se manter desperto e com pensamentos claros dormindo somente quatro horas por dia, mesmo que faça isso todos os dias. O mais interessante é que ele não faz isso todos os dias, unicamente, por não conseguir. Pois se conseguisse se manter acordado por vinte horas todos os dias, conseguiria dormir somente quatro por ter adquirido o "costume". Mas... se ele faz isso todos os dias, como não consegue se manter? Acho que uma idéia acaba por não implicar na outra (como em muitas coisas). Ou seja (atente que essa expressão recém citada quer concluir absolutamente nada. Conclusões não existem pelo fato de que nada é acabado. Cometo um erro: qualquer coisa é acabada no exato instante em que aconteceu. Sendo assim: anule muitas coisas desses parêntesis.): se o sujeito faz isso diariamente é porque conseguiu. Viu como uma explanação falha pode resultar numa miscelânea? Claro, foi óbvio demais (será? será que não consegui lhe confundir por algum tempo [não que esse seja o principal "objetivo" do texto. Afirmo que não é!]?). E tudo isso para chegar num único final (mas se é final já não é único?): Qualquer pessoa pode falar sobre qualquer coisa, inclusive sobre aquelas que finge saber. Confundir é fácil e usar palavras em vão é mais fácil ainda.

sábado, outubro 27, 2007

Moacir de Iracema

Certos dias tem "um quê de diferente", seja isso agradável ou não. Assim está sendo o meu sábado (que é seu também). Acordei com a lástima da manhã numa hora em que o sol ainda não havia surgido (veja: dia nublado e não hora pequena). Pus-me a catar coisas a fazer e logo descobri que a única forma de preencher um espaço vazio era ignorando-o. E assim surgiu a idéia do estudo de fórmulas químicas (as quais preciso saber numa avaliação futura), prolongado até o momento que se faz o resto da manhã. Havia chegado o meio-dia e com ele a difícil decisão do que almoçar: ovo com pão ou apenas ovo (esta refeição miúda [?] se faz presente na minha vida desde que decidi parar de consumir outros seres vivos [claro que se deve, também e principalmente, aos dias rasos de fim de mês]). Como não havia pão (não um facilmente consumível) escolhi apenas o ovo. A tarde chegou com uma situação nova e esperada: Passar algumas horas ouvindo mais que falando. Uma "conversa na sala (como certa pessoa gostou de enfatizar)" com o também médico Moacyr Scliar. O escritor nada disse que tenha me surpreendido de forma muito reveladora (com a exceção de certo pensamento, o qual eu nunca havia tido [direi-o depois]). Todavia seus comentários se fizeram graciosos e interessantes, e pude retomar diversas coisas já minhas conhecidas (analogias com as obras do grande Machado de Assis, a relação de aliança entre a História e a Literatura, a carga cultural trazida pelos imigrantes ao estado do Rio Grande do Sul, a importância das estórias passadas oralmente, o dia-a-dia da Academia Brasileira de Letras,...). Algo um pouco triste de se perceber foi o respeito dispensado por quem mais o clama: os professores. E falo isso pois a tal "palestra" foi preparada especialmente aos educadores de vinte e dois municípios aqui da região dos Vales, no interior do Rio Grande do Sul. Os diálogos paralelos (como eles gostam tanto de dizer!) aconteceram durante todo o evento, deixando algumas pessoas profundamente desgostosas (e eu me encontro entre elas). Não seria um pouco estranho que isso venha de quem vive a pedir silêncio entre os alunos ("Enquanto um fala o outro escuta!")? Bem, algumas conclusões (não digo que corretas) podem ser tiradas e não precisam de mínima exposição aqui. O que o Moacyr disse e que me fez pensar um pouco mais foi o seguinte: acabamos por gostar dos livros pois eles representam, inconscientemente, uma força protetora, uma segurança garantida que simboliza nossos pais. Segundo o escritor, quando somos pequenos e nossos pais contam-nos estórias, essa imagem (de, como exemplo, adormecer com o pai ao lado da cama lendo um livro) segura permanece "embutida" em nós. E essa é a chave principal para o carinho que se tem, ao longo da vida, com os livros. Não sei muito bem o que penso a respeito disso, pois não lembro muito de certa fase de minha infância, não consigo formar com clareza a imagem de qualquer pessoa lendo um livro para mim. Mas o que não consigo esquecer são os momentos que passei olhando as figuras coloridas de livrinhos com poucas palavras, as horas dedicadas aos gibis, a alegria ao descobrir um livro ainda desconhecido (óbvio, claro), a impaciência na hora da compra de uma nova revistinha. Disso lembro-me muito bem. Minha vida deve ser um pequeno livro, quem sabe um conto de fadas.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Nada gradual

Eu estou totalmente ruim para escrever ultimamente, e as pessoas que entram aqui -neste decadente blog de alguém que está cansada desse ano- são obrigadas (eu sei que não) a ler o que eu escrevo. Me perdoem pela falta de coerência nas postagens e em todo o resto. Não quero me acostumar a não escrever e estou -mesmo que isso seja um pouco complicado (e você, humano desconhecido, não compreende pois é apenas você mesmo e não eu)-, de alguma forma, tentando fazer com que isso não aconteça. Aguarde as próximas postagens e me diga se o que acontece comigo é uma piora tão visível assim. Eu espero -mesmo que sem muita esperança- que esta seja apenas uma pequena fasezinha de falta de criatividade e tempo. E por que o tempo me parece curto (e aqui há um grande impasse. O tempo é, na verdade, curto e longo demais. Curto pois não consigo realizar tudo o que "preciso" e longo pois demora a passar e trazer o próximo ano [e junto o fim dessa bagunça louca que virou minha "rotina"])? Porque eu descobri que não sei muito de algumas coisas que preciso saber para poder continuar estudando no ano que vem, e que dois meses parece pouco demais para se aprender. Então o que me resta é deixar coisas importantes de lado em prol de algo não menos importante que vai -mesmo que eu (ou qualquer pessoa) negue e finja que não- ser decisivo na minha vida (será que dou [damos] muito valor ao que não necessita de tanta valorização assim [bem, se se dá valor é porque aquilo, para quem o dá, é realmente importante de se valorizar {confundi?}]?).
Então você, miserável que visita esse blog, me ajude a não ficar (mais) mecânica e frívola. Eu quero continuar sentindo prazer em escrever, ler, aprender, ouvir e falar. Quem sabe isso não seja mais tão possível assim. Quem sabe eu já esteja no último fiapo do tecido e nenhuma agulha resolva mais.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Bem fácil

Todas as pessoas são egoístas. Em algumas o sentimento (será que é um sentimento? sempre fico em dúvida de como devo classificar as coisas [e devo?]) parece um pouco menos visível e outras até lutam para acabar com ele (como se fosse possível, oh Rei dos Justo!). Mas ele existe e se manifesta em qualquer hora; seja na divisão da última fatia de pizza, seja no pedaço da corda que salva do precipício. Eu enxoto, poiso, esmago, escondo, almadiçoo, mas sinto (e ele se manifesta agora: Saia deste blog! Ele é meu e só quem tem o direito de se lambuzar com essas palavras sujas [mais tolas do que sujas, na verdade] sou eu!).

Outra coisa que é bem interessante e pode render algumas linhas (as quais surgirão daqui em diante) é, também, o fato de que é o amor (ah, detalhe: eu uso amor vagamente! Dê o nome que quiser para esse gostar/adorar [que prefiro nem nome dar, realmente]) um dos sentimentos mais presentes. Engraçado que por mais que se mantenha reservado e tente se fingir que ele não existe, e que se disfarce e omita e negue, nada deixa de ter alguma relação com ele. Eu sei de sujeitinhos (e falo contigo, oh Rei dos Justos!) que o embrulham dentro de um saco de farinha (que faz o pão!) por algum tempo bem, muito bem!, longo(auto-análise, conhece?) como certa forma de proteção ou, melhor, receio. Não que isso seja "discutível", claro.

Será que não há algo central que origina todas as outras coisas e qe faça dela tudo originar (não, irmão, eu não falo do seu deusinho onipresente)? Quem sabe uma energia muito grande que controla tudo (não porque ela assim deseja. Na verdade nem consciente ela é;) e faz o mundo girar? É, eu sei que a "Grande Explosão" já foi imaginada. Apenas finjamos algumas coisas (como a inexistência do egoísmo e a revelação daquilo que as massas chamam de amor) e pensemos n'outras (diferentes das fingidas). Vamos lá! Façamos aquilo de quê somos capazes -que é viver sem ter qualquer outra escolha (e cuidando dos dentes com copos de leite cheios de cálcio!).

domingo, outubro 14, 2007

do ponto que não é final

Li num fórum dum site dias atrás que nós, gaúchos, "reclamamos de barriga cheia". A discussão era sobre a educação brasileira, as escolas públicas e o modo de convivência e troca de informações entre o aluno e o professor. Segundo a pessoa que fez o comentário os gaúchos reclamam constantemente de tudo, esquecendo e não percebendo a miséria em que se encontra o resto do apís -principalmente os estados do Norte. "Se vocês andarem pelo país e vierem aqui para cima ficarão constrangidos ao verem o sucateamento e a pobreza das nossas escolas. Alegrem-se e agradeçam todos os dias pela boa educação, pelo alto nível dos professores e pelas salas de aula que o RS possui", disse ele (que não sei o nome nem quem é).

Ora, meu ilustríssimo cidadão, agradecer? A educação do estado parece boa? Pois ela já foi bem melhor. A decadência gradativa e lenta não é nenhum motivo para se comemorar. Estamos perdendo o tão aclamado "status" de estado modelo para o Piauí (não desmerecendo nenhum estado, claro)- que é o "top" atual no quesito ensino. Isso mostra que sus argumentos não são tão "reais (e prefiro essa palavra, mesmo)" assim...

E agora nossa querida Governadora (Yeda Crusius, prazer) resolveu inovar nessa área (com o total apoio [como não poderia ser diferente] do senhor Presidente da República): criou o projeto da "enturmação" (em que amontoou os alunos em salas apertadas e impróprias, visando um maior número de aprovações), resolveu que vai aderir ao tal do REUNI (leia mais sobre aqui), e cortou uma verba bem "graúda" destinada à educação (Estado "falido" que precisa, de algum jeito, se reerguer, segundo a tia).

A cena geral rio-grandense é tão trágica que até é capaz de me fazer rir. E, enquanto isso, o assalariado assiste à novela da rede Globo. Pergunte a ele o que ele acha disso tudo e você ouvirá um "Isso o que? Ahh, tu tá falando daquele novo ator? Sim, ele é...". O trabalhador de "nada" sabe. E há "salvação" quando o descaso do próprio prejudicado é maior do que o descaso de quem prejudica?

quarta-feira, outubro 10, 2007

de quem não sente

Quem não se interessa pelas desgraças alheias, quem não se importa com os acontecidos de seres desconhecidos -que relação nenhuma com sua própria vida e sentimentos têm- é alguém "sem coração".

Para se ser considerado afável e bondoso é necessário muito mais que existir (não sou eu que acredito nisso). É preciso estar ciente das mortes de estranhos -e sentir tristeza por eles!-, é preciso se espantar com qualquer acidente de trânsito -mesmo que esse foi em outro estado-, é preciso comentar com os vizinhos da vida do filho do prefeito, da mãe da professora, do tio da assistênte social. É preciso falar do que pouco se sabe. Isso sim que é válido para os seres humanos "com sentimento".

Conversar com quem sente falta de palavras, distribuir sorrisos ao invés de dinheiro, ensinar o que se sabe, abraçar quando e quem se tem vontade, recolher restos de lixo do chão da praça - isso não é válido. Para esses pequenos gestos o valor é mínimo, a consideração é nula.

Não faça de sua vida um amontoado de causas perdidas. É dos sentimentos que surgem as ações.

(Também não dê conselhos.)

(Para quem se sentiu perdido ao ler, uma luzinha: eu sou um ser "sem sentimentos", segundo muitos. E acabei, hoje, por abominar quem "sentimentos tem". Um pouco mais explicado? Ok. Os dois primeiros parágrafos são afirmações que tirei por base no que observo e considero hipócrita. O "resto" se parece um pouco comigo [não que eu não seja, algumas vezes, hipócrita também].)

domingo, outubro 07, 2007

do que se faz difícil

Os humanos (salve exceções) têm sérias dificuldades com coisas espantosamente simples. Usar um objeto de plástico (descartável) e após jogar na lixeira causa um transtorno derradeiramente enorme, e é por isso que muitas vezes esses objetos são largados em qualquer canto de chão. Os utensílios domésticos e os "interceptores" de luz também confundem bastante o limitado raciocínio dos humaninhos. Tanto que parece, para eles, melhor estar sempre "usando" (ou: não desligar nunca). E isso -de ter dificuldade com o "básico"- se estende por outros caminhos, também. Vejamos: o que é mais cômodo e fácil: mentir para desaparecer com um "erro", ou falar a verdade assumindo o mesmo? É, esses seres "evoluídos" paracem preferir a primeira opção. O que é trétrico e nada confortável.
O que pode nos deixar mais alegres (ou não, dependendo quem és tu) é que, por incrível que...pareça!, ainda existem pessoas que não sentem tanta dificuldade nessas simples ações. E, o mais legal!, existem aquelas que, além d enão sentirem nenhuma dificuldade, auxiliam as que sentem.

Pois é; Quem sabe ainda podemos reverter algumas coisas.