segunda-feira, julho 21, 2008

Sonho de mochila

Eu fico a pensar se todos os jovens (é, eu me considero jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda!) têm o "sonho" de -sem muito lero-lero- sair por aí com uma mochila nas costas sem um destino muito definido. Objetivo: aventurar-se. Talvez pela América do Sul, talvez em outro continente, talvez até no seu próprio estado. Mas assim: de carona em carona, com o mínimo de dinheiro no bolso (ora, nada incomum na vida dos jovens), e preocupando-se apenas com o lugar para dormir à noite (que pode ser uma casa de família, um banco seguro, uma cabana velha, uma pousada baratérrima). E eu, que não sou menos clichê, também tenho esse desejo. Meio utópico, confesso -e alimentado por filmes, como Diários de Motocicleta, livros, como On The Road do Jack Kerouc, e companheiros de amizade-, mas quem utopias (como ser a maior bailarina de todos os tempos, morrer velhinha ao lado de outro velhinho especial, ser reconhecida e a mais inteligente de todas entre todos) nunca teve? São elas que alimentam nossa criatividade. Pois, se viajar como um Che pela américa não der, que viajemos então pelo pensamento.

terça-feira, julho 15, 2008

da boa leitura

Chateiam-me aquelas pessoas que lêem apenas Agatha Christie e Sidney Sheldon. Segundo elas (ou: a grande maioria), optam por esses autores pois necessitam de um bom suspense ou de uma instigante aventura. Vale-me discordar. Lembro que li "O Estrangulador" do Sidney e o enredo era fraquíssimo. Estória típica americana: um maníaco assassino atormenta uma cidade; Para detê-lo surge o comum sargento bom moço; O final nada mais do que óbvio (não, eu não irei contar o livro; Fique tranqüilo...). Surprende-me que os brasileiros dão tão pouca importância a sua literatura nacional e, principalmente, regional. Na seção de mais vendidos só se veêm romances água com açúcar e notórios auto-ajuda, e, claro, de outros países. Com tanto Graciliano, com tanto Machado, com tanta Lispector, com tanto Érico Veríssimo? Ah, que venha o dia em que o brasileiro saiba o que é boa leitura.

sábado, julho 05, 2008

Sobre Ética

Ponto 1.
Parece sarcasmo, mas é apenas um "achar graça (na forma mais ampla que tu te permitires considerar, querido leitor [invisível?])". E do que falo? Bem, justamente de um ponto que pode se relacionar com Ética, todavia também com aquilo que chamam de "Boa Índole (se é que no fundo as duas expressões não são sinônimas [volto a discutir mais sobre isso futuramente, talvez em outro post.])". Pois bem, talvez a filantropia (ou altruísmo, ou humanitarismo) não exista. Veja bem: quando encontramos alguém passando necessidade na ida de casa até a farmácia e o ajudamos, hm, talvez isso não seja se importar com o outro por si só, e sim se importar porque essa mesma ação nos faça bem internamente, nos deixe com um ar de "eu sou um ser bom". O que, originalmente, não pode ser chamado de altruísmo, já que não é um amor exclusivo ao outro, mas sim a nós mesmos, ao nosso "ego". Outro exemplo: uma pessoa próxima sofre (por algum motivo, seja lá qual for). Será que ao resolvermos ajudá-la é somente por ela ou também por nós -que sofremos, claro, com o seu sofrimento (isto se tu não fores um troglodita insensível...)? Pois é, eis a (minha) dúvida. Quanto de verdadeiro pelo outro há nesses gestos "caridosos"?

Ponto 2.
Me é curioso o fato daqueles que, fingindo boas ações éticas, ferem os outros com palavras. Na verdade me é curiosíssimo. Será que é porque há um acerto no ato de reprimir um gesto errado moralmente que se pode reprimir da forma que bem entender? Isto é: ser esnobe e irônico ao dizer "você ainda não aprendeu que...?" é permitido quando a intenção é boa? Um ato compensando o outro, poderia se dizer. Todavia, não me parece bem isso. Na realidade considero tão feio o ato de quem pensa estar fazendo o bem enquanto reprime, quanto o ato de quem faz o mal sendo pouco ético (porque esse pode estar fazendo sem se dar conta [e isso por motivos tantos: costume, anestesia moral,...], já aquele tinha consciência do que fazia). Assim: se for reprimir que seja com modéstia, se for considerar a repreensão que seja com bom senso.