sexta-feira, dezembro 26, 2008

Tim (-tim!)

Estou de férias. Certo, no meu caso isso significa longas horas perdidas na internet (típica atitude de pessoas restringidas socialmente), madrugadas despertas ouvindo de Beatles a Roberto Carlos e manhãs esquecidas devido ao sono recheado de sonhos eróticos com conhecidos babacas. Entre essas grandes atividades que ocuparam minhas últimas duas semanas ("muito produtivas"), consegui -sob pena de perder o resto de minha capacidade intelectual adqüirida durante anos de estudo (e também, claro, graças aos meus queridos genes)- fazer a leitura da biografia do Tim Maia (se você não o conhece [pelamordedeus, cadê tua cultura brasileira, rapaz?!] aja como um exímio nerd contemporâneo: vá no Google e digite o nome do cafajeste. Certamente encontrarás muitas referências a maconha, mas não se deixe abater, é tudo conversa dos especuladores [cof]), escrita pelo tio Nelson Motta. Garanto que vale a pena, se o intuito é conhecer realmente (em negrito) a vida do cara (ok, contanto que o tio Nelson não minta muito...), das suas bebedeiras e orgias ao gosto pelos amigos e ao amor pela música. Confesso, em certas partes do livro terá a louca vontade de esquecer algumas páginas e pular para um novo sub-título (o qual contém a informação da evolução da massa corpórea do gordinho, parte que me deixava sempre levemente surpresa), mas seja persistente: terminará a leitura com uma onda de raiva do Roberto Carlos, o que se transformará num trauma pelo resto de sua vida (porque são tantas emoções...).

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Do ceticismo à constatação

Por motivos maiores comecei a freqüentar uma psicóloca. Sempre fui muito cética a respeito, afinal: o que um estranho pode fazer por ti em horas conturbadas de tua vida? Parecia-me que nada. Como sofro de -hm, como dizer isso n'um post?- períodos psicológicos altamente estressantes com freqüência desde criança, uma terapia sempre me foi indicada. Mas nunca atualizada. Eu e meus pais ficávamos no "isso passa". E, realmente, sempre passava. Passava para voltar. Então nesse ano resolvi engolir o orgulho e pedir uma certa assistência. Que, surpresa, de certa forma me ajudou. Não vou dizer que foi apenas isso que melhorou (e está melhorando) meu estado -porque também não sou tão alterada ao ponto de crer que um falatório de uma hora resolva magicamente algo-, mas garanto que me trouxe um alívio. Sempre saio das seções sorrindo e meu dia transcorrem incrivelmente bom. Talvez isso não signifique muito, mas uma coisa se faz (a mim) mais certa: não se deve temer (seja por vergonha, orgulho ou qualquer outro desses sentimentos humanos) buscar ajuda. A completude não pode ser alcançada, mas podemos, junto dos outros (e sempre é assim, sempre!), viver melhor.

domingo, dezembro 07, 2008

Capitu-jovem

Eu, como boa estudante procrastinadora (que é diferente de vagabunda, deixemos bem claro) que sou, ando-me atualizando com os programas que passarão neste final de ano na televisão aberta brasileira (eita!, nada como a boa e velha rede Globo, "né não"? [Ok, antigos senhores de esquerda e crentes atuais, é um mau canal de televisão. Muito mau. Muito, muito mau.]). Agora que a faculdade me abandonou por longos (quase) três meses, posso aproveitar (ou não, sabe-se lá) meu tempo da forma que for. E foi pensando nisso que alegrei-me ao descobrir que passará a partir da próxima terça-feira (dia nove) uma minisséria chamada Capitu (isso, intelectuais brasileiros, baseada no livro "Dom Casmurro" do Machadão). Mas a alegria durou pouco. Bastou que eu visse um close da protagonista Capitu-jovem. Tudo se passou assim: "Nossa, ela é linda. Puxa, que olhos verdes. Nossa, ela tem um encanto. Puxa, ela fica bem demais com esses vestidos. Droga, eu sou um fracasso. Merda, eu sou uma maníaca depressiva. Droga, eu estou gorda. Merda, meus olhos são azuis. Droga, meus vestidos são feios.". Uma inveja puta e uma tristeza absoluta. Então, tá decidido. Quando a Capitu-gostosa-bonita-olhos verdes-decidida aparecer na tela eu desligo o aparelho e vou ler o livro. Ao menos lá posso imaginar que ela sou eu. E com direito a olhos de ressaca.