quarta-feira, março 26, 2008

Sobre visões diferentes;

Eu não me importo que as pessoas sejam gordas, muito menos que não tenham "aqueeeele (porque é assim que alguns falam sobre certas coisas...) estilo", nem com qualquer sotaque, coisa alguma com o visual. Eu quero mais é que elas pensem bastante, imaginem o suficiente, criem o inesperado, descubram e defendam ideais, se responsabilizem por seus atos e pratiquem a coerência. O que eu desejo é difícil, justamente por isso o fácil e fútil qualquer um consegue.

domingo, março 16, 2008

Sobre um mal;

As etapas com as quais se depara no decorrer da existência pessoal nem sempre são bem definidas. A nitidez entre a passagem de uma fase, por exemplo, individualista, para uma visão de mundo cooperativa e, talvez, humanista, só é percebida depois da vivência nas duas. É o futuro que classificará, determinantemente, o que fomos (e expandindo: no que acreditávamos, o que defendíamos;) no passado.
Porém o que me espanta é observar que -por mais "cheia de si" que a frase possa parecer- muitos seres humanos permanecem, por um tempo longo demais, na mesma nomotonia, com os mesmos desejos e a mesma maneira de pensar e interagir com as entidades físicas, biológicas e psíquicas que satisfazem o mundo. Talvez se possa dar a essa "maneira constante de ser" o nome de acomodação interna. É o que acontece, por exemplo, com um executivo que realiza todos os dias as mesmas tarefas -usando doas mesmas táticas empresariais-, desde o escovar de dentes matinal até o adormecer exausto com a televisão ligada no canal do noticiário. Suas ações físicas são, sem exceções, as mesmas; Conseqüentemente (e isso é absolutamente claro para mim) suas "percepções" internas (ou seja: os sentimentos, as sensações, os pensamentos) serão, também, iguais as do dia anterior, que eram inguais a do do outro dia anterior, e assim por diante, como num ciclo.
Se eu fosse uma especialista na área de pesquisas médica, tomaria como objeto de estudo a acomodação interna e seus fatores, suas causas e suas respectivas reações, visando provar ser ela uma doença; típica anomalia causada pelo meio externo, e que cresce progressivamente de década para década. A posologia seria, em partes, simples: doses altas de passeios por lugares verdes e pouco poluídos, noites bincando de jogos de estratégia, leituras diárias ao gosto do paciente, momentos boçais de descontrole emocinal com direito a alterações das sensações (isto com a finalidade de aguçar os sentimentos), valoriação dos abraços e afagos, corte drástico do tempo na frente de máquinas, substituindo-as por outros seres vivos, por ar livre e por momentos (sim!) de ócio. Medicação sem reações adversas perigosas, porém com riscos de libertação moral e estado de êxtase ou plenitude pessoal.
O triste é que essa doença pouco interessa aos médicos, muitas vezes eles mesmos afetados e definhando graças a ela. Por isso só nos (a mim, eu confirmo.) resta o pouco -e muito pouco- : temê-la e tentar, de todas as formas, manter-se afastado além da linha quase invisível da alienação coletiva.

quinta-feira, março 13, 2008

Justificativas

Eu voltei (Drama demais? Não, sei bem que não é isso; É muito mais uma frase cheia de remorso pelo abandono, cheia de pedidos de desculpas; É isso.). E creio piamente que preciso justificar -ao menos ao blog solitário e as moscas virtuais que por ele pousam e defecam- o porquê (ou: os porquês, talvez um mais que um, talvez motivos vários [mas veremos, ainda!]) dessa partida sem aviso por tempo longo e essa volta (agora com um aceno de lenço branco ao longe) quase bonita, quase romântica e chorosa. Uma das coisas que posso usar como motivo é uma certa troca de "ares" que ocorreu no início do mês. Digamos que eu eu tenha abandonado o campo verde e limpo por uns muros sujos e urinados. Uma mudança nem tão bem aceita por mim (ainda...). Há também outro fator que decorre da mudança: não tenho a minha máquina de digitar junto, tendo que ser inconveniente ao extremo usando um ser inanimado que não é meu, que não pode ser sujo de café e frutas, e que não me tolera com sua tela por muito tempo. E o último argumento que tento usar para convencê-los (,blog e moscas) do tal sumiço, é que o Cronos foge e se esconde, e capturá-lo e prendê-lo num armário escuro está relativamente difícil. Espero que aceitem o que foi dito, pois não foram vãs as justificativas. Pelo contrário, somam-se verdadeiras e doloridas. É a única coisa que posso fazer por mim mesma: garantir a veracidade que sinto existir.

De último, paradiando o senhor Cantor Lulu Santos, digo que "Eu lhes fiz esse post, para perdir perdão. Tenho sido tão Vão... Mas eu ando tão Fraco; Não queria que você(s) me visse(m) tão Fraco. Mas na verdade eu não quero lhes enganar...".
Eu volto, e dessa vez sem tanto tardar.