sexta-feira, abril 22, 2011

considerações acerca do pessimismo atual

Fiz análise, roubei abraços contínuos, implorei elogios, cortei o cabelo pra entrar numa nova fase (que com a rapidez que chegou: foi), escutei conselhos (dos avós vividos, dos pais contidos, dos queridos sofridos). Nada funcionou. Cresci ouvindo sobre meu pessimismo. Virei noites com meus pais dizendo: menos perfeccionismo , mais vida. Fiz vinte anos e hoje alguém mais importante que imagina me perguntou "pra que tanta cobrança?". Eu não soube responder. Eu vivo num sofrimento tão grande por ser boa que quase nunca sou. São tantas horas perdidas pensando em como ser boa que não sobra tempo pra, de fato, ser. Daí eu me martirizo, crio uma pena sem limites sobre mim mesma, invejo a vida dos outros (que sempre é muito melhor) e me afundo num masoquismo mental onde o limite beira o pânico. Considerações psicológicas? Existem, claro. Mas quem gosta de sempre colocar a culpa na doença datada? Vira clichê americano, cisne negro. O mundo é maior que isso. A beleza existe, só é preciso ver.

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