quinta-feira, outubro 12, 2006

A Inalcansável Liberdade

Perdida em meio aos meus pensamentos e devaneios deparo-me com uma pergunta que se faz inquieta e absoluta: somos nós, seres humanos e por isso "racionais" (sim, há algo subtendido nas últimas aspas), realmente, ou melhor, totalmente livres?
Observo, a cada minuto incessante, que todas as pessoas clamam mais e mais a esta tão sonhada e inalcansável liberdade. Esta liberdade idealizada desde que o mundo se tornou mundo (aqui abro parêntesis para dizer que tenho a plena consciência do erro que cometo nesta frase, pois sei muito bem que nada pode ser afirmado até que tenhamos provas científicas de sua confirmação, existência e verdade então esqueça você, caro leitor, desta frase) ou até muito antes disso e que em todos os momentos da história se fez presente, não em verdade, mas em sonhos. Agora, pergunto: onde podemos encontrá-la? Ou melhor, será que realmente podemos encontrá-la?
A cada dia assemelho mais a palavra liberdade com a palavra felicidade. Não por pensar que a primeira depende da segunda ou vice-versa, mas sim pela semelhança entre seus ideais, entre a vontade em encontrá-las. Buscá-las é algo " viciante" pois quanto mais as temos mais as queremos, quanto mais nos aproximamos delas mais longe elas parecem estar. Aqui percebo claramente uma das essências (sim!) dos seres humanos: a insatisfação. Esse desejo insatisfatório nos faz mais prefeccionistas e mais ambiciosos, o que pode ser muito bom ou muito ruim pois nada que se depara com o extremo trás benefícios.
É por essa kuberdade criativamente imaginada que se travaram grandes lutas que conhecemos e continuam a ocorrer. Essa liberdade tão desejada por todos acaba, quase sempre, causando a guerra, o que nem sempre pode ser considerado uma benfeitoria à humanidade.
Liberdade não é uma conquista, não é uma "vida", é somente , na mais pura verdade, uma sensação. Uma sensação na maioria das vezes momentânea e singelamente falsa.
Depois dessa divagação, me pergunto: em busca de quê lutamos, afinal?

Um comentário:

Fischer disse...

Acho que tu não vai(s) se importar de eu fazer um comentário muito grande...
Bom, pra começar, já há um grande erro quando tu diz(es) (ah, agora não vale mais a concordância) a palavra 'liberdade'. Por quê? Bom, no fim o que tu faz é tentar usá-la no sentido comum, no senso comum. Isso porque ao atribuir predicados a ela (sim, 'predicados' caiu bem, e cai muito bem nessa situação [e até acho que vou começar a usar mais vezes essa palavra]) significa que essa palavra já tem um significado inerente a ela (pelo senso comum), enquanto que o "certo", a priori, seria defini-la objetivamente. Claro, mas o '"certo"' e o 'a priori' formam (ou são? não sei como se usa...) contrapontos. Isso porque tu pode definir objetos conforme suas relações com os outros (pode relacionar isso ao balanceamento de equações em Química ou aos sistemas de equações lineares em Matemática).
Achei meio inválido o texto. E isso não esclarece muito. Achei meio sem ordem. (Não que seja pior que os meus, claro que não.)
Ah, e veja só. Quando se diz 'obcessão por liberdade' (não sei se está acostumada a esses termos médicos legais [ih, dessa vez viajei]), hum, fica algo estranho. Obcessão por liberdade. É algo parecido a estar fanático na busca de não ter nenhum fanatismo. De tanto buscar a liberdade, se perde. Acho que, no fim, o melhor é nem usar essa palavra.
Talvez tanto liberdade como felicidade foram palavras criadas pelos escritores de livros de auto-ajuda. E não é difícil imaginar o porquê.