quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O menino do cinto.

O título desse post poderia ser também 'o caso do cinto'. Mas como não há nenhum mistério no ocorrido (claro, se excluirmos os que a polícia e a rede de televisão Globo inventam.)fica 'o menino' mesmo.
Um garoto, de sei lá quantos anos (seis, se minha péssima memória não falha...) morre arrastado pelo carro onde ficou preso no cinto de segurança depois do carro da família, onde estavam a mãe e a irmã, ser "assaltado", roubado. É essa a história. A qual não suporto mais ouvir. Não suporto. Tu sai na rua e vem um conhecido comentar: "nossa... como está a violência hoje em dia né? tu viu o que aconteceu com aquele guri lá no Rio de Janeiro? muito triste.". Me desculpe a família, me desculpe os amigos da família e me desculpem os emocionados de plantão mas não é triste para mim. Eu sei que deve ser penoso (risada abafada) quando acontece algo do gênero com um ente querido nosso, mas não com uma pessoa totalmente desconhecida num estado nunca visitado.
E mais! Quantas pessoas morrem por dia em crimes até mais bizarros e violentos porém não divulgados pela mídia. Quantos...(imagine as crianças que morrem de fome nos cantos desse mundo? só imagine: morrer de fome!) Mas o povo pensa assim? Claro que não. Eles preferem entrar na onda da Rede Globo e comentar o que ela comenta. São escravos da televisão, escravos da mídia. Agradeço por não ser. Agradeço por ter coisas mais interessantes a comentar. Outra coisa: do que adianta chorar por um desconhecido, comentar com todos as pessoas encontradas no caminho sobre o quao macabros eram os assaltantes e ficar só nisso? Não adianta! É necessária uma mudança nos atos depois da mudança dos pensamentos. É necessária uma atitude drástica. Porém para isso ocorrer a primeira coisa necessária é que o povo pare de comentar sobre isso. Só assim o passo inicial será dado. Parar de falar, comentar e começar a agir.
É duro pensar que isso nunca vai mudar (o modo das pessoas pensarem...). E mais duro que isso é descobrir que crimes como esse vão acontecer todos os dias. E de quem é a culpa? de todos (excluindo eu, claro... =] ). A culpa é do povo sem atitude. Pensar é muito válido. Mas certas horas isso simplesmente não basta. Como eu gostaria que a hipocrisia fosse menor, só um pouco menor...

Um comentário:

Fischer disse...

De nada adianta reclamar da sociedade pelo que ela é, porque a sociedade é pelo que somos.
Expiar a culpa ficando triste é muito fácil. Talvez alguma religião pregue que o mundo melhora e que ficamos livres dos pecados somente por pensar neles e nos arrependermos. Tentar evitar novos? Bom, não é necessário. (Se já estava assim, sem ninguém fazendo isso, vamos continuar sem fazer nada e praticando a hipocrisia!)

Veja mais no post homônimo do meu blog. =]