É difícil conseguir saber o que é permitido, atualmente, nessa nossa complexa (e "lucrativa"!) sociedade. Num mundo capitalista em que o lucro define as barreiras do certo e errado (que já estão destruídas há muito tempo, diga-se...) é complicado para nós, reles mortais da classe média nada operante, definir um estágio do "viver bem" dentro dos padrões permitidos por esse mesmo sistema. Para os menos favorecidos economicamente são passados (pela mídia, pelos meios de comunicação em massa) como bons os princípios e morais antigos (honestidade, sinceridade, ajuda mútua, etc), aqueles onde cada qual deveria querer o seu próprio "crescimento" sem afetar de maneira negativa o outro. Todavia, o que vemos praticado pela pequena massa da aristocracia é um tanto diferente: corrupção, desvio de dinheiro, roubo público, atitudes nada cooperativas. E assim a dúvida cresce e corrói: o que é e o que não é permitido quando o tema é o bem-estar individual?
Creio que muitas das coisas poderiam ser diferentes se os desejos (e, anteriormente, os pensamentos) fossem diferentes, se o simples e agradável fosse o foco central. Por que querer dinheiro (e todos os produtos consumistas [e por deveras fúteis]) em excesso, por que sempre partir nessa busca desenfreada do lucro? Antes abraços em excesso, pensamentos em excesso, florestas em excesso, sensações naturais em excesso. Ou apenas o equilíbrio, que sabemos: o mais difícil de alcançar. Permitir-se o simples, o desapego a definições. Permitir-se o auto-conhecimento, o conhecimento verdadeiro do próximo, permitir-se a união. Permitir-se ser só, ser guiado, permitir-se confiar. Permitir-se o sorriso, as mãos dadas, permitir-se sonhar. Permitir-se permitir.
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2 comentários:
Maravilha de post!
Deu-me até a sensação de que, desde que as idéias sejam fruto de reflexão inteligente e livre (não constrangidas por interesses comerciais e pelo puritanismo do status-quo - nenhum lugar mais perfeito pra isto do que um blog), acabam convergindo!
Mas é claro que eu só tive esta sensação porque concordei com tudo aqui, rs, sobretudo a parte final.
Infelizmente, o que passa no horário nobre da TV não é uma leitura deste tipo de reflexão, mas a novela...
Estamos ilhados. É melhor fugirmos!
Se as idéias são "livres" eu digo que sim (mas "livres" de coisas que abomino, porque influência sempre há!), já se são fruto de reflexão inteligente é onde fica a dúvida.
A novela é uma reflexão: reflexão burguesa que se encaixa na mediocridade das pessoas que aceitam aquilo que a mídia passa.
E fugir para onde, Lauro?
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