quinta-feira, janeiro 17, 2008

das grandes cidades

Antes um mato, agora um trapo. Desse jeito simples e pouco sofisticado que pensei nas tais megalópoles, aquelas cidades grandes onde o que mais se vê é sujeira e restos de humanos estendidos pelo chão. Será que é mesmo preciso de todos aqueles prédios, de todas aqueles carros, de tanto barulho e lixo para se viver? Não é opção, alguém de gravata grita lá do último andar. E é o quê?, eu pergunto. Sei que não posso ser injusta, porque, para alguns humanos, realmente não é opção. Não há como dizer que um filho de um pai alcoólatra desempregado e mãe analfabeta submissa tenha muitas opções. Não tem. Cresce num meio que não lhe oferece perspectivas de melhora, e passa a achar que é absolutamente normal viver com fome numa cidade fedorenta e poluída. Triste, mas verdadeiro. Agora, uma pessoa mais instruída, que pôde freqüentar uma escola e tem uma noção do que é melhor para si... ora, ela tem opção. E tem porque se dá conta disso, apenas.

Cada vez creio mais que "as coisas estão como estão" porque não há uma consciência de bem-estar coletivo. E isso se deve (tente me convercer do contrário!) ao sistema capitalista que implantamos e afomentamos. É o desejo do lucro que freia o desejo de se sentir bem. Para um dia alegre não são necessários o engarrafamento nas ruas, a poeira cinza nos ares, muito menos a tristeza de quem não tem opção. E isso depende de cada um e seus respectivos gestos. Cuide do que faz de sua vida.

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