quarta-feira, setembro 26, 2007

Pequenices

Pequenos parágrafos de (diversos) assuntos nem tão pequenos assim. E eu começo como se fosse terminar: e assim foi.

As pessoas gostam de falar. Tudo bem que é algo de que elas são realmente capazes. Todos podemos falar, mas seria um pouco mais razoável (para mim) que se falasse um pouco menos, que se escutasse um pouco mais. Ou, talvez, que apenas se alcançasse o "equilíbrio" - se é que isso é possível. O que é demais satura (alguém deve "discordar" disso), e, para com as mentes "mais fracas (expressão desagradável que não me agrada, mas que é usada por não haver uma um pouco mais razoável [sabes de outra? bem, exponha.])" aliena. Por mais que se interesse por um assunto, e por mais que o locutor tenha uma voz e um estilo agradáveis acaba-se, em algum momento, cansando de qualquer palavra. O silêncio pode ser bem vindo, e, antes disso, mais desejado. Sejamos coerentes com quem nos ouve (muitas vezes: obrigado).

Sentir que o tempo é curto pode ser uma das coisas mais terríveis pelo que se passa. Nada pior (sim, exagero [ou não]) do que gostar muito de algo e não poder realizá-lo, não dispor de tempo suficiente para fazê-lo. "Mas tempo se arranja", diz alguém. Concordo. Tempo, realmente, somos nós quem fizemos. Mas nem sempre um tempo razoável ou suficiente. De que me adianta quinze minutos para escrever se, para isso, preciso de trinta? Claro, posso, folgadamente, escrever nesses quinze minutos. Mas não com a mesma "qualidade" e vontade que teria com os trinta. Fazer - e isso vale para qualquer coisa- simplesmente por fazer não me agrada. Pelo contrário, me deixa desgostosa e fracassada. Eu preciso de tempo, preciso de um tempo que só eu sei qual é. E tempo é... tempo. Pois é, como se define tempo (isso já me foi respondido, mas, até hoje, não sei eu mesma responder...)?

O computador é um vício (para alguns). E um vício nada bom (escrever pode ser considerado como um, talvez[não que não seja bom, não é nada disso].). Já percebestes como uma pessoa sentada na frente do computador é alienada e vazia? Sim, sei eu que essa máquina grotesca (como todas são) pode ser (e é) muito útil. Com ela descobrimos a internet, esse mundo virtual que nos liga a qualquer lugar do planeta, que divulga notícias em minutos, que facilita trabalhos, que aproxima (será mesmo?) pessoas. Mas e o outro lado, qual é? Aquele das milhares de informações inúteis, da exploração (em todos os sentidos) descontrolado, da privacidade invadida, do vazio contido em quem espera um "olá" pelo MSN (ou qualquer "comunicador instantâneo"). Será que não seria mais vantajoso abolirmos o uso do computador e começarmos a viver novamente? Que tal um encontro no parque ao invés de uma sala de bate-papo? Ou um futebol com a piazada do bairro no meio da calçada do que joguinhos sem sentido (e sem sentidos!) com homenzinhos de fuzis nas mãos? Ver o mundo lá fora, é essa a "proposta". Simples, não é? Não, nem tanto. Pois, se assim fosse, não estaria eu, agora, neste exato e cruel segundo, aqui.

Termina o bloco. O carnaval já passou. E foram felizes para sempre.

2 comentários:

Fischer disse...

Eu havia escrito um comentário que teve a capacidade de se perder quando não consegui me conectar com o servidor - oh, que desastre!
Tentarei reproduzi-lo. (Sem sucesso.) (Esse vou salvar antes!)

Observe seguinte trecho entre as aspas simples 'O que é demais satura, e, para com as mentes "mais fracas" aliena'. Há um vírgula faltando, ou sobrando (e espero que sobrando). E tem certeza quanto ao uso do 'para com'? (Esteja certa de que não espero uma resposta positiva! [Que isto não lhe demova da idéia de escrever. xP])

Quanto às inutilidades de internet, acho que é mais ou menos natural que elas existam: são um reflexo de como são as pessoas no mundo real. E se há conversas vazias como "Oi. Oi, tudo bem? Tudo, e contigo? Também." na internet é porque elas também existem no mundo real, aqui fora. Muitas vezes há um sentimento de inveja e competição, mas ainda assim são ditas palavras doces ou de praxe (como a conversa acima).

Fischer disse...

Mais uma coisa, agora sobre o tempo.
Realmente não conseguimos dispender o tempo necessário para fazer o que queremos e gostamos. Muitas vezes ele é muito curto para algo que não pode ser feito em partes (como escrever, ler e visitar lugares [mesmo que o importante sejam as pessoas]) sem grande prejuízo (como descobrimos e agora sabemos), que é o caso que você cita, mas às vezes há um tempo (o do relógio) que pode ser bem longo sem que com isso possamos aproveitá-lo. Nesse caso, o maior impedimento é como se está e não o tempo que sobra. Parece que quando se anda de ônibus (para pegar um exemplo comum e ao mesmo tempo bem-escolhido) haveria muito tempo a se aproveitar sentado, mas dificilmente se consegue verter esse tempo "desperdiçado" em tarefas agradáveis como ler e escrever. (Outras também; parece que se dorme mal no ônibus.) E como se quer fazer as coisas cada vez mais apressadamente (embora haja movimentos contrários a isso, também [e devemos citar que há]), na ânsia de se aproveitar o tempo se desperdiçam os momentos. (Isso ficou um tanto poético...)