segunda-feira, janeiro 28, 2008

Forte como o Vento, incompreensível como o Tempo

Nessas horas da tarde quase noite, quando o sol começa a tocar o horizonte e se esconder atrás do morro e os pássaros cantam canções longas e chorosas, é que lembro do passados, dos sonhos de criança, dos desejos tão simples e tão deslocados. Ser bailarina, cantar na televisão, cuidar dos (outros) animais, ter um bosque para passear, sonhar que voava, passar no vestibular, comprar uma livraria, morar e estudar em Santa Maria, fazer alguns amigos, ganhar um vestido de bolinhas, encontrar uma verdadeira Princesa, ser uma, engravidar e "ter" uma Sofia, mergulhar no fundo do mar, conhecer os Beatles, numa casinha simples de cortinas xadrez e horta nos fundos morar, escrever um livro, ter alguém para conversar, falar francês, ser a melhor, lembrar dos sonhos, não sentir inveja nem ciúmes, crescer e mais tarde encolher, querer sofrer por gostar. E então continuar a crescer e não poder encolher. Me transformar sempre no que já sou, porque me renovo a cada dia mas não mudo nunca. Forte como o Vento, incompreensível como o Tempo.

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